A CHAVE DE OURO DO FRACASSO

Como todo fim melancólico, o desfecho é deprimente. Hoje, um ano e meio depois de assumir a presidência, o Dr. Fernando Suassuna renunciou ao cargo de Presidente do ABC.

Alçado e colocado por si próprio ao lugar de salvador, Fernando Suassuna iniciou sua trajetória antes mesmo de assumir o cargo, promovendo, compartilhando e debatendo ideias em fóruns livres ao público. As ideias nasceram e morreram ali. Tal qual a de um político em horário eleitoral.

Fernando Suassuna renuncia sem renunciar, anunciou um afastamento. Eterno. Mas que dentro do jogo político que insiste em existir numa proporção inimaginável no Clube do Povo, faz de Presidente, o seu vice, Bira Marques.
Não é de forma feliz que esse torcedor que vos escreve afirma, mas vai afirmar com toda certeza que lhe cabe: Fernando Suassuna entra para história como um dos piores presidentes da história desse clube centenário. O médico infectologista, renomado por seu excelente trabalho à frente de sua área, chegou à presidência do ABC com o discurso de sanar dívidas. Não sanou. Aumentou. Fracassou administramente. Por outro lado, em campo, rebaixou o clube à Série D do campeonato brasileiro. D de dado. Lugar que nos quase 105 anos de história nunca fomos. Como num jogo de dominó, ele fracassou ‘lá e lô’.

A renúncia com o barco afundado, colapsado financeiramente, na Série D, de dado, foi a chave de ouro do fracasso.

Dentre tantas decisões erradas, o agora ex-presidente, me pareceu ter uma lúcida no final do ano passado, ao contratar a consultoria do expert em administração de clubes, Marcelo Sant’anna. Ele veio, fez sua consultoria, apresentou soluções possíveis e antes do fim do seu contrato – em março – foi dispensado – em janeiro. Dispensado por ser lúcido. E não havia espaço para lucidez e bom senso na era Suassuna. Ao Suassuna, que como pessoa não tenho nada contra, peço que volte ao ABC, mas da arquibancada e some a sua voz, só cantando, para tirar o ABC dessa.

O ABC Futebol Clube vai sobreviver, nas mãos da sua torcida, na força de quem o ama, no prazer em trabalhar no clube de seu Joca e de Seu Luiz. Nunca morrerá o clube do povo, do preto, do branco, do pobre e do rico. Quando pensam que ele morreu, ele ganha do América. Como sempre.

Texto enviado por Gabriel Câmara (@gabbrielcamara).

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